Grupo Pela Vidda

Oi pessoal,
hoje é a minha primeira postagem, vou tentar resumir minhas experiências nesse trabalho em algumas palavras. Primeiro gostaria de agradecer mais uma vez ao grupo, Ong Pela Vidda, que vem nos ajudando desde a primeira visita. É incrível ver que o trabalho desses grupos de ajuda as pessoas portadoras do vírus do HIV FUNCIONA, e isso sabemos pela boca de todas as pessoas que entrevistamos, o progresso no comportamento, a informação em relação ao vírus, a amizade que se cria com o tempo, a parceria dos poucos voluntários, todo o trabalho que envolve muito amor e respeito. É lindo! Me senti muito bem nas visitas e super à vontade. É nítida a diferença do comportamento das pessoas que já frequentam o grupo há um tempo, elas são mais maduras, falam com mais naturalidade sobre o assunto, vestem a camisa da causa, ou seja aceitam a sorologia! O processo de aceitação, pude perceber que é o mais difícil, pois é a partir desse processo que se a pessoa aceita, ela já pode compartilhar isso com familiares, amigos e até mesmo com quem está se relacionando com mais facilidade. É como a homossexualidade, depois que a pessoa aceita, ela sente que já está segura para dividir com outras pessoas, percebe que se isso não a incomoda mais não tem porque esconder tanto.
      Participei de uma dinâmica de grupo, não vou citar detalhes do que foi pois é uma das regras do chá, mas percebi como é importante dividir algumas coisas que estamos sentindo, opiniões, ás vezes guardamos algumas coisas por medo de falar, ou medo do que as pessoas vão achar, mas quando dizemos oque sentimos colocamos para fora, é como se o peso diminuísse, e ás vezes estamos nos sentindo mal, com problemas, ouvimos outras pessoas e fazemos um comparativo da nossa vida, isso nos faz perceber que fazemos dos nossos problemas a pior coisa do mundo, mas tudo muda quando olhamos para o lado. Como diz um amigo nosso do grupo: "Lá dentro é tão escuro, tão vazio, não encontramos as respostas sozinhos". E tenho certeza que muitas pessoas no Pela Vidda se sentem assim, pois algumas já estão em um nível de superação muito avançado, e vendo que existem pessoas que ainda estão passando por uma situação difícil em relação ao HIV, fortalece pois é passado, e aquilo apenas fica como exemplo.
     Percebi nas visitas também, que a maioria das pessoas no grupo são homossexuais, óbvio que não me passou pela cabeça o comentário "inteligente" do Dourado no Big Brother Brasil de que homens héteros não se contaminam com HIV, mas algum motivo tinha e eu queria saber. Perguntei para um dos diretores da Ong, e ele respondeu:
- Acredito que os héterossexuais demoram mais para aceitar a sorologia, consequentemente são mais tímidos para se expor, para assumir, portanto proucuram outros métodos de ajuda, psicólogos, família... Já os homossexuais são mais sozinhos, por isso a necessidade de buscar ajuda e encontrar pessoas para conversar.
     Confesso que sabia o básico do básico sobre o HIV, tirei muitas dúvidas, pensei muito sobre o assunto nesses últimos dias, fiquei sabendo de muitas curiosidades que com o tempo vamos postando para vocês... Só posso alertar vocês que o HIV não tem cara pessoal, não tem características físicas, não tem sexo definido, não tem um tipo de personalidade, não se iludam de que o parceiro tem cara saudável e ele e você estão seguros, isso não existe! Algumas coisas na vida são irreversíveis...    

Até mais...

Cynthia Maio